top of page
Efeitos do cobre no organismo

É um poderoso agente oxidante corrosivo para as membranas, podendo a sua acumulação levar a danos e a morte celular.

A metalotioneína é uma proteína de ligação a metais, rica em cisteína e de baixo peso molecular que é importante na desintoxicação de metais pesados​, no armazenamento de iões e na regulação do metabolismo celular normal do Cu (II). Pensa-se que funciona também como um captador de radicais livres, desempenhando um papel de proteção quando há stress oxidativo. Logo, a acumulação será mais provável quando a ligação cobre-metalotioneína e a clearance deste são bloqueadas [1].

O cobre está amplamente distribuído nos tecidos, sendo um elemento essencial para manter o equilíbrio no organismo.  Encontra-se na forma de complexos orgânicos, funcionando como cofator de diferentes metaloproteínas, incluindo a citocromo oxidase e a superóxido dismutase. Estas enzimas vão estar envolvidas em diversas reações metabólicas tais como na utilização do oxigénio durante a respiração celular e utilização de energia [1].

Cérebro: síntese de neurotransmissores e dos mensageiros químicos assim como na condução do impulso nervoso [2];

Coração e vasos sanguíneos: regula a pressão arterial através da manutenção da elasticidade dos vasos. Importante no funcionamento muscular e na regulação do seu tónus [2];

Pele: síntese de colagénio, necessário à manutenção do estado da pele [3];

Sistema imunológico: importante para a síntese de imunoglobulinas do tipo G (IgG), para a imunidade celular e para o estímulo de respostas inflamatórias [2];

Ossos: fundamental na formação do colagénio, necessário para a manutenção da estrutura rígida dos ossos [2] .

Farmacocinética
A

bsorção

D

istribuição

M

etabolismo

E

xcreção

O organismo tem cerca de 150mg de cobre. O cobre absorvido liga-se à albumina e é transportado para o fígado através da circulação porta-hepática. Daí é transportado para os diversos tecidos através da circulação sanguínea, ligado a proteínas plasmáticas, sendo que cerca de 93% do cobre está ligado à ceruloplasmina, enquanto o restante se pode ligar à albumina e aminoácidos (parece não existir cobre na forma livre). Este elemento é armazenado a nível hepático na forma de complexos com a metalotioneína ou utilizado na formação de cuproenzimas. Quando é necessário o cobre é novamente incorporado na ceruloplasmina e excretado no plasma [1,3,5,6] .

 

A absorção do cobre vai depender da sua quantidade na dieta. Regra geral, é absorvido 36% do cobre ingerido; em dietas pobres em cobre, a absorção aumenta para 56% enquanto que nas ricas, o valor desce para os 12%. A absorção tem lugar no intestino [4].

 

 

Sendo um elemento monoatómico, o cobre não é metabolizado [4].

Através da ligação à ceruloplasmina, o excesso de cobre é eliminado por via biliar e excretado nas fezes. Uma pequena parte pode ser excretada através da urina, pele ou cabelo. A eliminação renal é normalmente baixa, aumentando em casos de intoxicação aguda.

Foi demonstrado num estudo que são necessários 13 a 33 dias para eliminar metade de uma dose de cobre do nosso organismo [7,8].

Referências Bibliográficas:

[1] Copper Sulphate [Disponível em: http://www.inchem.org/documents/ukpids/ukpids/ukpid56.htm] acedido a 7 de abril 2016

[2] Papel do cobre no organismo [Disponível em: http://procobre.org/pt/wp-content/uploads/sites/2/2012/11/corpo.jpg.jpg] acedido em 23 de março 201

[3] Franchitto N, Gandia-Mailly P, Georges B, Galinier A, Telmon N, Ducassé JL, Rougé D. Acute copper sulphate poisoning: a case report and literature review. Resuscitation. 2008 Jul, 78(1):92-6

[4] EFSA Scientific Report. Conclusion on the peer review of copper compounds. 30 September 2008, 187, 1-101

[5] Metabolismo do cobre [Disponível em: http://www.iqb.es/nutricion/cobre/cobre.htm] acedido em 20 de maio 2016

[6] Edward J. Massaro. Copper Biochemistry and Metabolism. Handbook of Copper Pharmacology and Toxicology.  2002, 1:1-22

[7] Barceloux DG. Copper. Copper.  J Toxicol Clin Toxicol. 1999, 37(2):217-30

[8] Copper Sulfate [Disponível em: http://npic.orst.edu/factsheets/cuso4gen.html] acedido a 7 de março 2016

© Maio 2016 por Bárbara Martins, Cláudia Silva e Iara Jerónimo. Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas FFUP

bottom of page